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Caminho das Cartas
O Enforcado
“De repente eu me vejo/amarelada, rodeada sem ninguém/nessas horas aparece a preguiça, a vontade de sumir… de vez”. Esse verso de “Shangrilá”, de Rita Lee, define o lado difícil da carta do Enforcado. No Tarô Mitológico, ele tem a ver com o mito de Prometeu, que roubou o fogo dos deuses para entregá-lo ao homem, mesmo sabendo que seria punido. Zeus ficou furioso, o prendeu com correntes e todos os dias uma águia comia seu fígado. Prometeu aceitou fazer o sacrifício para um bem maior.
Às vezes, precisamos realmente nos forçar a ficar numa situação chata ou não ideal em nome do futuro ou de uma causa. Às vezes, temos um tempo de espera, é necessário aguardar, muitas vezes é um tempo espiritual. A figura está de cabeça para baixo porque, no Enforcado, a cabeça, a mente racional, não estão no comando. É necessária uma espera, um tempo interno.
O problema é quando ficamos no sacrifício, ficamos na espera. O problema não é cair, é gostar de ficar caído, abraçado ao chão, sem ver saída. O conselho é: dê um tempo, recolha-se, fique na sua. Desapegue, abra mão das coisas materiais. Como ele está de cabeça para baixo, a sugestão é olhar por outro ângulo. E, se você já não está mais aprendendo nada deitado na escuridão, levante.
Piky Candeias é paulista, jornalista, taróloga, estudante de astrologia e curiosa sobre todos os processos terapêuticos que ajudam no equilíbrio energético. Escreve neste espaço às sextas-feiras. E-mail: pikycandeias@gmail.com
Imagem: Duas ou Três blogspot